Em decisão inédita a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve decisão que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de lésbicas da cidade de Bagé (RS). Seguindo o entendimento já consolidado pelo tribunal de que nos casos de adoção, deve prevalecer sempre o melhor interesse da criança.
Ao ler a notícia de imediato pensei nas referências dessas crianças, na rotina dessa família. É um momento realmente histórico para toda a sociedade. Surge um novo entendimento a respeito da célula mater da sociedade, vulgarmente conhecida como família.
O ministro afirmou que " Esse julgamento é muito importante para dar dignidade ao ser humano, para o casal e para as crianças".
Com tantas mudanças, particularmente a velocidade com que a sociedade vem aceitando e incorporando o homossexualismo, acho que as crianças, futuramente, não terão problemas em entender e aceitar a situação. Embora pense também que apesar dessa velocidade ainda há muito preconceito e essas crianças provavelmente vão sofrer um pouco com isso. Imagine na escola, nas festinhas dos amiguinhos caretas...
Hoje, conversando com colegas no intervalo do almoço, soube das farras dos EMOS, ou sei lá que tribo será essa (talvez uma dissidência), no Shopping Pátio Brasil, espaço eleito por eles para encontros e exibição pública de carinho. Leia-se meninos beijando meninos e meninas beijando meninas, em duplas e eventualmente em trios!!
Pode até ser que alguns desses jovens tenham parentes homossexuais, mas aposto que a maioria foi criada em famílias onde o casal é homem e mulher. Nem me arrisco falar em famílias tradicionais, embora acredite que é possível.
As crianças adotadas não são as únicas a serem criadas por pais homossexuais, existem diversas que vivem isso em casa.
A dúvida que paira no ar é: Até que ponto a sexualidade e outros aspectos da vida social dessas crianças será afetada por esses referenciais?
Talvez essa questão não tenha a menor importância haja vista a quantidade de casais de heterossexuais que têm filhos homossexuais.
De qualquer forma fica para reflexão e comentários.
A adoção foi recomendada pela assistência social, haja vista o vínculo afetivo existente entre as mulheres e as crianças e o entendimento de que deve prevalecer sempre o melhor interesse do menor, retratado na melhor condição social e financeira, garantias e benefícios, como plano de saúde e pensão em caso de separação ou falecimento.
A decisão reconhece a união entre homossexuais e a adoção de crianças como uma família.
É preciso rever conceitos, aliás quem não o fez até agora está atrasado.
Ninguém disse que é fácil, mas que é preciso respeitar o outro.