terça-feira, 21 de julho de 2009

Pan Cinema Permanente

Me mudei para Brasília em setembro de 2007 e uma das primeiras coisas que percebi nas redondezas da minha quadra foi o prédio do Sindicato dos Bancários. Um centro cultural que reúne, divulga e promove diversos tipos de arte.

Às segundas tem o cinema grátis, sempre com filmes nacionais, ontem eu fui lá conferir.
Grata surpresa, ambiente agradável com pessoas de ótimo nível, envolvidas ou interessadas na cultura.

O mês de julho foi dedicado à poesia e ontem foi a vez de Pan Cinema Permanente, um filme que parece muito um documentário, mas no fim das contas é uma homenagem a Waly Salomão.

O nome do Waly não me era estranho, mas confesso que não fazia idéia de onde tinha ouvido falar. Depois do filme vim buscar na internet um pouco mais sobre ele e descobri que além de poeta, letrista e produtor ele também havia trabalhado com o Gilberto Gil no Ministério da Cultura.

Dono de uma trajetória interessante, formou-se em Direito, se mandou para o Rio sem grana e acabou indo parar no Carandiru. Inquieto e falante, inteligente e sagaz, se diz borderline em uma das passagens do filme...aí começou a minha identificação com ele.

Não! eu não sou borderline, mas já fui chamado disso que não vou explicar aqui o que é.
(Interessante que no jornalzinho do sindicato tem uma matéria sobre isso e falando do Nietzsche)

Em diversas partes do filme ele faz colocações pouco convencionais que os sentimentalóides, defensores da moral e dos bons costumes ou do humanismo emocional detestariam. Essas colocações viraram poesia ou coisa cult porque foi ele que falou! ou será que as pessoas que o rodeavam é que estavam capacitadas para ouvir?

Tem isso, aprendi que muitas vezes não entendemos bem um livro por não estarmos devidamente preparados para ele.

Após o filme rolou um debate, uma menina (muito bonitinha por sinal) comentou o filme e buscou a participação da platéia, alguns presentes conheceram o Waly pessoalmente e deram seu testemunho...interessante, um pouco chato...

Enfim, descobri Waly Salomão e o cinema grátis do Sindicato dos Bancários vou voltar lá quando puder.

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