terça-feira, 27 de abril de 2010

Adoção de crianças por casal homossexual

Em decisão inédita a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve decisão que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de lésbicas da cidade de Bagé (RS). Seguindo o entendimento já consolidado pelo tribunal de que nos casos de adoção, deve prevalecer sempre o melhor interesse da criança.

Ao ler a notícia de imediato pensei nas referências dessas crianças, na rotina dessa família. É um momento realmente histórico para toda a sociedade. Surge um novo entendimento a respeito da célula mater da sociedade, vulgarmente conhecida como família.

O ministro afirmou que " Esse julgamento é muito importante para dar dignidade ao ser humano, para o casal e para as crianças".

Com tantas mudanças, particularmente a velocidade com que a sociedade vem aceitando e incorporando o homossexualismo, acho que as crianças, futuramente, não terão problemas em entender e aceitar a situação. Embora pense também que apesar dessa velocidade ainda há muito preconceito e essas crianças provavelmente vão sofrer um pouco com isso. Imagine na escola, nas festinhas dos amiguinhos caretas...

Hoje, conversando com colegas no intervalo do almoço, soube das farras dos EMOS, ou sei lá que tribo será essa (talvez uma dissidência), no Shopping Pátio Brasil, espaço eleito por eles para encontros e exibição pública de carinho. Leia-se meninos beijando meninos e meninas beijando meninas, em duplas e eventualmente em trios!!

Pode até ser que alguns desses jovens tenham parentes homossexuais, mas aposto que a maioria foi criada em famílias onde o casal é homem e mulher. Nem me arrisco falar em famílias tradicionais, embora acredite que é possível.

As crianças adotadas não são as únicas a serem criadas por pais homossexuais, existem diversas que vivem isso em casa.

A dúvida que paira no ar é: Até que ponto a sexualidade e outros aspectos da vida social dessas crianças será afetada por esses referenciais?

Talvez essa questão não tenha a menor importância haja vista a quantidade de casais de heterossexuais que têm filhos homossexuais.

De qualquer forma fica para reflexão e comentários.

A adoção foi recomendada pela assistência social, haja vista o vínculo afetivo existente entre as mulheres e as crianças e o entendimento de que deve prevalecer sempre o melhor interesse do menor, retratado na melhor condição social e financeira, garantias e benefícios, como plano de saúde e pensão em caso de separação ou falecimento.

A decisão reconhece a união entre homossexuais e a adoção de crianças como uma família.

É preciso rever conceitos, aliás quem não o fez até agora está atrasado.

Ninguém disse que é fácil, mas que é preciso respeitar o outro.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Verdadeiro ou Falso: Eis a questão

Está cada vez mais difícil saber o que é verdadeiro e o que é falso.
As lojas vendem produtos falsificados, o mercado informal capta, sabe-se lá por que meios, e vende produtos verdadeiros.
As aparências já não são significantes para diferenciá-los. Os produtos já saem falsificados de fábrica!
Assim como pensamentos falsos saem da cabeça que não sabe realmente o que quer.

CONFUSÃO.

Informações desencontradas, interesses escondidos, um sorriso, "eu te garanto, se der defeito pode voltar aqui e trocar". E trocamos mesmo...

GARANTIA.

Precisamos de provas definitivas de tudo ou aceitar que a vida não tem garantias.
Certo é que você não deve construir seu castelo no terreno alheio. E como isso é difícil...acabamos compartilhando pelo menos o muro.
Etiquetas, palavras, figuras, atitudes encomendadas, tudo ao gosto do freguês. É fácil enganar.
Camisas Polo Ralph Lauren ou Lacoste, "euteamos" de várias cores, a fórmula é a mesma, só muda o fixador, a diferença é que vai durar menos tempo.

VALOR.

Objetos sem marca e de boa qualidade podem ser adquiridos em diversos lugares a preços justos. Têm a seu favor o fato de mostrar exatamente o quanto valorizamos.
O importante é não passar uma imagem que não seja a sua, uma que você não possa sustentar por muito tempo.

DESVIO.

É preciso ter o olho bom, um que se adestra depois de muito errar, se ajusta, compensa o desvio.
Qual seu real interesse? Qual o meu?
Nem sempre sei o que é melhor pra mim, procuro usar o olho bom.
Já vejo qualidade que me garanta bom tempo de uso.

CONSELHOS.

Cada ser humano é um universo: infinito, imprevisível.
Impossível calcular com exatidão sem todas as variáveis!
Mas como obtê-las sem entrar na mente alheia?
Como saber se o ato é natural ou artificial, calculado?
Quais as suas necessidades?
Será que elas te obrigam a usar produtos falsificados?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Crime e Costume na Sociedade Selvagem



Bronislaw Kasper Malinowski, autor do livro Crime e Costume na Sociedade Selvagem, nasceu na Polônia e é considerado um dos fundadores da Antropologia Social. Caracterizou-se por tomar uma posição original em relação aos conflitos de idéias do seu tempo, por desenvolver um novo método de investigação de campo, cuja origem remonta à sua intensa experiência de pesquisa na Austrália, inicialmente com o povo Mailu (1915) e posteriormente com os nativos das Ilhas Trobriand (1915-16, 1917-18), cenário descrito no livro em estudo, e finalmente por rejeitar a especulação evolucionista e a manipulação do passado para fins do presente.

Inicialmente o autor chama a atenção para a falta de informações a respeito da lei primitiva, ou seja, das forças que contribuíam para a manutenção da ordem, da uniformidade e da coesão na tribo selvagem.

     No decorrer do livro o autor demostra que as regras estão baseadas nos costumes e tradições e que, embora não estejam escritas, são acatadas por todos, pelo menos ostensivamente. Como em toda sociedade, basta a falta de fiscalização para que as regras sejam burladas, contradizendo a maioria dos antropólogos que descreve o selvagem como um cumpridor quase servil das regras.
     O que se percebe é que as regras são de caráter inequivocamente obrigatório, mas elásticas e ajustáveis no seu cumprimento, ou seja, a mesma cultura e tradição que estabelece as normas, produz igualmente os remédios para as violações.
     Na verdade, o que garante o cumprimento das normas é o sistema de trocas aliado a sentimentos de ambição e vaidade. Os nativos nunca estão satisfeitos nas negociações e não vêem problema em se furtar às obrigações, se isso não for causar perda de prestígio ou prejuízo.
     Alguns aspectos descritos pelo autor nos remetem ao que conhecemos hoje por Direito Civil e Penal, haja vista que ele retrata como são as regras do casamento, das sucessões assim como os delitos puníveis e o tipo de pena aplicada. Neste ponto chama a atenção a possibilidade do suicídio em virtude da vergonha de ver a transgressão exposta a todos.
     Como não poderia deixar de ser, a feitiçaria, marca desse tipo de sociedade, se faz presente e tem posição de destaque. O autor explora o assunto como se a prática realmente tivesse efeitos; como se a feitiçaria de fato regulasse algumas relações ou fosse capaz de punir alguém até mesmo com a morte.
     No último capítulo entende-se verdadeiramente a realidade da convivência nos clãs: " Em todas as oportunidades em que atua como unidade econômica nas distribuições cerimoniais, o clã permanece homogêneo somente em relação a outros clãs. Na verdade, internamente, há um espírito inteiramente comercial, não isento de suspeitas, inveja e práticas mesquinhas. A solidariedade aparente está sempre eivada de pecados e praticamente inexiste na rotina da vida cotidiana."

terça-feira, 6 de abril de 2010

Alguma coisa acontece no meu coração...

Já não tenho mais aquela vontade enorme e aventureira de morar em vários lugares do Brasil.
Esse era um ponto muito importante para mim, eu estava determinado a passar no máximo 3 anos em cada lugar. Essa idéia me parece ruim agora. Algo aconteceu...
Estou muito feliz em Brasília, mesmo longe da minha filha, mesmo longe da família. Sempre fui desgarrado e isso é que me deixa mais impressionado, não quero mais sair daqui.
Estou apegado a este lugar, ao apartamento onde moro, à minha quadra, meus amigos, minha vidinha perto de tudo.
Estou num desses pontos de inflexão da vida.
No início do mês que vem vou fazer a prova para a Escola de Comando e Estado Maior, um curso que eu sempre tive a certeza que iria fazer, pois é a continuidade da carreira militar e a minha, modéstia à parte, está muito bonita. Resumindo, minha carreira seria muito promissora, se eu fizesse esse curso.
Na verdade não é só fazer o curso da ECEME, tem um outro fator que é o estar feliz com o que se faz e eu não me vejo nos coronéis e generais que cumprem rigorosamente o regulamento e as regras não escritas da caserna.
Hoje fiz o exercício mental de imaginar o caminhão de mudança encostando lá em casa para desmontar e carregar minhas coisas; me vi montando tudo mais uma vez, agora em algum lugar do Rio, provavelmente na Praia Vermelha, aos pés do Pão de Açúcar.
Me vi nas simulações de combate que são feitas naquela escola, me vi correndo na praia de Copacabana, curtindo as baladas do Rio, me vi indo à casa dos meus pais mais amiúde e recebendo a visita deles, me vi nas viagens de estudos. Nada disso me animou.
Vou ficar aqui mesmo, estudar firme, investir nas minhas amizades e em mim mesmo, na minha felicidade. Vou começar a planejar minha aposentadoria.
Sem dúvida que tudo isso faz parte do Novo Rodrigo.
Estou feliz e satisfeito.