sábado, 29 de novembro de 2008

Our Base!!!

Here is where I live since 17th, November, the container 30.
I will move to another container, maybe before Christmas and stay there until the beginning of June, 2009.

We are six, four majors and two captains.
We keep our things in these clothing stores.
They are no sufficient or comfortable and
we don’t have privacy.




This is what I see when I wake up. I like it.

This is the main courtyard of the base and there is the main place, the operations room and the command.

Here is our kitchen.

Our laundry…

Our equipments… Here is where we make our parties, barbecues and play some games.
It’s not so bad to stay here. I think it’s an opportunity to reflection, study, help other people, save some money, learn new things and know yourself. We have good food, we practice sports and exercise the patience and tolerance.

NÃO TENHO FÉ SUFICIENTE PARA SER ATEU - FINAL

Vou começar este post respondendo aos comentários e então sigo nas minhas considerações.
1) Sr.(a) Anônimo, não sei quem é você que me prometeu uma Bíblia. De fato eu não tenho uma, mas não me lembro de quem me fez a promessa. Receberei com carinho e prometo ler.
2) Será que temos mesmo o tão falado livre-arbítrio ou já está tudo escrito? Sinceramente não sei. Mas sei que temos que nos responsabilizar por nossas atitudes. Penso que as coisas só nos acontecem porque permitimos (criamos condições, corremos o risco) ou pelo acaso, Deus para quem preferir (variáveis que não controlamos).
3) Segundo a Bíblia existe sim inferno e o coisa ruim. É como o próprio autor fala, não tem como haver duas verdades, ou o inferno existe ou a Bíblia mente.
4) As crianças que são abusadas e assassinadas diariamente estão entre os bons ou entre os maus? Será que já tinham cumprido sua missão? Estavam pagando por algo em vidas passadas? Precisa ser tão trágico?
5) De fato eu confio muito nas minhas próprias forças, mas você sabe bem que eu agradeço mais que peço.
6) Será que as pessoas só sentem a presença de deus quando estão na pior? No forró, pagode, samba, baile funk, festas em geral, alguém sente a presença de Deus? Nunca vi ninguém chegar ao final de uma festa e dizer "nossa, como eu senti a presença de Deus na balada de hoje".
Embora eu não tenha chegado à metade do livro, pretendo que essas sejam minhas últimas considerações a seu respeito, mas prometo ler até o final.
Os autores têm argumentos interessantes e defendem muito bem a causa a que se propuseram, contudo as provas científicas requerem um estudo profundo o que me leva a concluir que eles contam que o leitor não vai ter paciência de ficar pesquisando se o que eles colocam é realmente verdadeiro ou se poderia ser entendido de uma outra forma, assim como um bom advogado consegue reverter as causas mais improváveis.
Como exemplo da complexidade das provas cito aqui o acrônimo SURGE, que significa:
Segunda lei da termodinâmica;
Universo em expansão
Radiação do Big Bang
Grandes galáxias, Sementes de
Einstein, A Teoria da Relatividade de
Sinceramente não provam a existência de Deus.
Algumas condições impostas pelos autores:
"O Universo está ficando sem energia utilizável e um dia morrerá."
O Universo estaria sem energia agora se estivesse funcionando desde a eternidade passada."(???)
"O Universo não pode ser eterno__ teve obrigatóriamente um início__ pois, se fosse eterno, a bateria já teria acabado a esta altura." (???)
"Era uma vez um nada e então bang!, havia alguma coisa."
"O fato de o Universo estar ficando sem energia utilizável e caminhando para o caos é indiscutível!".
"Tudo que venha a existir precisa de uma causa. Deus não veio a existir, ninguém O fez. Ele não é feito. Como ser eterno, Deus não tem um começoe, assim, Ele não precisou de uma causa."
Depois os autores falam das do princípio antrópico e suas constantes (122 no total) que são as características existentes na Terra que permitem a existência de vida. Buscando provar que é impossível que não tenha havido inteligência por trás disso, que não pode ser obra do acaso.
Enfim, quero deixar claro que acredito em Deus. Não como um ser, uma personificação, mas alguma coisa que rege tudo, talvez uma energia...Eu sinto que existe algo superior.
Quem me conhece sabe que eu costumo dizer que sou muito abençoado e que comigo tudo sempre dá certo. Eu sinto, sinceramente, que sou acompanhado por algo sobrenatural e que pode ser Deus, deve ser Deus, porque me faz muito bem.
Uma outra coisa que percebi com a leitura foi que eu não faço a ligação Deus-Cristo. Não acho que Jesus Cristo fosse Deus. Acho muito bonita a história, gosto dos filmes que tratam do assunto, o vejo como um homem acima do normal mas, definitivamente, não consigo fazer o link. O que significa, segundo os cristãos, que vou para o inferno.
Também não tenho disciplina para seguir uma religião__ embora reconheça que quem consegue se entragar à religião vive melhor__principalmente porque não acredito nas religiões, nessas pessoas que dizem ter ligação direta com Ele. Eu falo com Ele todos os dias, sem intermediários.
Hoje vi imagens da escola que desabou aqui na capital do Haiti. Crianças e adultos mortos, esmagados, corpos dilacerados, uma desgraça. Onde está o livre arbítrio nesse momento? Como Ele separou os bons dos maus? Onde está o amor infinito? Será que todos já estavam suficientemente evoluídos? Estavam pagando por algo que fizeram em vidas passadas?
Foi inevitável questionar a existência de Deus.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

NÃO TENHO FÉ SUFICIENTE PARA SER ATEU


Eu nunca tive contato com um livro de apologética cristã, sempre preferi os temas contrários e por isso leio tanto Nietzsche. No entanto, ganhei de aniversário o livro NÃO TENHO FÉ SUFICIENTE PARA SER ATEU, de Norman Geisler e Frank Turek. Certamente o título nos causa um impacto inicial, em virtude da abordagem incomum, e desperta a curiosidade, haja vista sempre associarmos fé a religião, quando fé significa simplesmente acreditar.
Os autores pretendem provar, de forma incontestável e convincente “que o cristianismo é a única religião verdadeira, que o Deus trino que se revela em suas páginas é o único Deus do universo e que Cristo morreu pelos nossos pecados para que pudéssemos viver.”
Segundo o autor do prefácio, o Sr. David Limbaugh, este é o melhor livro que já viu capaz de preparar os crentes para dar razões a sua fé e para os céticos que estão abertos à verdade, condição na qual me encontro.
A argumentação do prefácio me surpreendeu já na abordagem inicial, onde o autor fala de como nós céticos manipulamos a verdade ou admitimos mais de uma verdade, exceto a daquele cristão chato e teimoso que insiste em dizer que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Pode até ser, mas como bem coloca o autor, não basta fé...tem que provar.
Veja bem, a proposta não é apenas provar a existência de Deus, mas que o cristianismo é a única religião verdadeira! Isso quer dizer que o Judaísmo, o Islamismo e todas aquelas religiões orientais são farsas. Logo, bilhões de pessoas religiosas de outras religiões estariam erradas hoje e seus adeptos historicamente estiveram errados por vários séculos e, segundo o cristianismo, irão todos para o inferno.
Além das perguntas básicas que nos fazemos diariamente, e que fazem a ligação entre a ciência e a religião, que tratam da nossa origem, identidade, propósito, moralidade e destino, os autores abordam a questão, que a meu ver é a principal:
“Se Deus realmente existe, então porque parece esconder-se? Por que simplesmente não aparece para desbancar as falsas religiões e por fim à controvérsia? Por que não intervém para eliminar todo o mal do mundo, sem deixar de fora todas as guerras religiosas que são uma mancha para seu próprio nome? E por que permite que todas essas coisas ruins aconteçam com pessoas boas?”
Não é que eu não aceite o cristianismo. Acredito em Deus, acho que realmente um dia existiu um Cristo, eu simplesmente não consigo ser meio católico, meio evangélico ou mais ou menos espírita, então não sou nada. E até começar este artigo eu achava que o agnosticismo era simplesmente não ter religião. Eu estava enganado, ser agnóstico é acreditar na impossibilidade de se provar __ ou não__ a existência de Deus.
O livro prega explicitamente que alguém criou tudo e esse é justamente um dos meus questionamentos. Por que deve haver alguém? Por que personificar? Será que esse mesmo alguém é o responsável pelo vento que sopra, por cada onda do mar, pela acomodação de camadas tectônicas que geram terremotos, pelas avalanches e pelo nascimento de seres microscópicos? Não sobrou nada para o acaso???
O livro defende que escritos antigos prediziam a vinda de um homem que seria verdadeiramente Deus. Como os cristãos vêem hoje essas pessoas que dizem predizer o futuro? Ou será que esse era um dom exclusivo dos antigos e só valia para as coisas que interessavam ao cristianismo?
Por fim, eu gostaria de ver esclarecidos alguns pontos:
1) Viemos do nada e, de repente, pela vontade de alguém, aparecemos e passamos a ter que fazer escolhas que o ser superior já sabe quais serão e se fizermos as escolhas erradas vamos para o inferno!
2) Não basta viver uma vida moral e honesta – honrar seus contratos, cuidar de sua esposa e filhos, construir um lar feliz, ser um bom cidadão, um patriota, um homem justo e reflexivo, isso é somente um modo respeitável de ser condenado ao inferno. Deus não recompensa os homens pela sua honestidade, sua generosidade, sua coragem, mas simplesmente pela sua fé. Sem fé, todas as chamadas virtudes convertem-se em pecado. Todos os homens que praticam tais virtudes sem fé merecem sofrer o suplício eterno.
(Poxa, eu era um nada e agora que fui criado sou obrigado a evoluir e corro o risco de ir pro inferno!!)
3) Se Ele é um Deus de amor, se somos seus filhos criados à sua imagem e semelhança, por que deixar ambigüidades? Por que não fazer o paraíso aqui na Terra e para todos? Por que ele não pode estar aqui entre nós, como faz a maioria dos pais?
Será que eu devia observar minha filha de longe, prover suas necessidades anonimamente, observar suas atitudes para ver se ela ia resolver me aceitar como pai para aí então eu lhe prover a vida eterna?
O agnosticismo não pode ser considerado uma decisão de uma mente vazia, como diz o livro, mas sim uma forma de descrever um estado mental que não para nega totalmente Deus, mas expressa dúvida quanto à possibilidade de atingir o conhecimento e para protesta ignorância a respeito de um grande número de coisas.
Continuo lendo o livro como me comprometi, vamos ver a que conclusões chegarei.



sábado, 22 de novembro de 2008

Impublicáveis

Me deu vontade de escrever essas coisas que um periódico jamais publicaria.
Hoje acordei preguiçoso e com dor de cabeça, talvez pela long neck que tomei ontem...só uma, será? Tomei um comprimido de dipirona, não fez muito efeito, pra mim o bom mesmo é paracetamol.
Coloquei minhas roupas pra lavar na máquina e fui pra internet.
50 minutos depois fui conferir...não ficou bom, tive que botar pra lavar de novo. Voltei pra internet.
50 minutos depois alguém já tinha tirado minha roupa da máquina. Peguei tudo pendurei no varal.
Sentamos eu, Jair e Guerson pra tocar violão, cantar Legião e bater na palma da mão (hehehehehehe).
Senti falta de alguém.
Os planos pra hoje são complexos...correr, malhar, tomar umas doses e falar bobagens.
Vou almoçar que estou com fome.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Primeiras impressões

Essa semana eu já saí à rua em companhia de um dos encarregados de efetuar as compras. Colete à prova de balas, pistola com o carregador pleno, capacete e óculos escuros, é o mínimo exigido para sair da base, assim eu fui.
Passamos primeiro no Soge Bank onde abri minha conta (agora já tenho conta no exterior, chique néééééééé!!!!!) o atendimento frio, a falta de informatização, a demora e o fato de eu não entender porra nenhuma do que estavam falando foi me deixando puto, mas tudo bem...saí agradecendo com um “merci madame” e um sorriso falso. É o único banco em que eu posso receber o suprimento de fundos que terei que administrar aqui.
Ao sair do banco aceitei o convite do meu guia e fui conhecer um lugar carinhosamente denominado “cozinha do inferno”. Fica perto do porto, o cheiro é horrível e a imagem ainda pior. Uma mistura de porcos, cabras, cachorros, gente, comida e esgoto a céu aberto, uns barracos de zinco, movimentação, gritaria de vendedores, buzina dos tap-taps.... E olha que o lugar está bem melhor do que era há pouco tempo, teve até uma área de quiosques doada pelo Hugo Chavéz, com direito a placa e bandeira da Venezuela.
Ontem foi dia de ir ao mercado, fomos comprar artigos para o rancho. É possível comprar quase tudo aqui no Haiti, o problema é a quantidade, não é sempre que um mercado tem material suficiente para suprir as necessidades de um batalhão. O dono é um libanês que se destaca, primeiramente por ser muito branco e depois pelos modos educados.
Andando pelas ruas, a impressão que se tem é que os haitianos estão se defendendo, buscando sobreviver, cada um por si. Embora simpáticos, sabem deixar claro quando estão insatisfeitos é neste momento que aparece a consciência de coletividade, quando surge uma liderança que rapidamente consegue reunir a massa e reivindicar. Ainda não passamos por isso.
Quanto à segurança, posso dizer que os haitianos andam pelas ruas menos preocupados que os cariocas e pernambucanos em suas capitais, talvez porque não tenham o que entregar para o ladrão.
Essa semana fica marcada em mim pelas seguintes imagens:
- A beleza do Haiti visto de cima, com suas praias, montanhas e lagos;
- O haitiano comendo do lixo que retirava daqui da base;
- A miséria e sujeira da cozinha do inferno;
- A simpatia e esperteza do menino que me acompanhou por uns metros na corrida;
- O trânsito louco, com seus tap-tap multicoloridos e barulhentos.
- A alegria dos que retornam para o Brasil!
Prometo colocar as fotos aqui num outro post.

Sobre o Amor e o Romance

Ana Karla é uma das pessoas mais inteligentes e inocentes que já conheci. Sua capacidade de argumentação, cultura e dedicação aos assuntos que realmente lhe interessam a transformam numa mulher forte e de atitude, enquanto sua inocência a coloca em situações difíceis de explicar... só mesmo a conhecendo.
Devidamente autorizado transformei o comentário dela, referente ao artigo sobre Pórcia e Bassânio, num post, espero que sirva de estímulo para que ela faça seu próprio Blog e passe a nos presentear mais amiúde com suas idéias. Enquanto isso sigo me sentindo privilegiado por tê-la como leitora.

"Acho que as obras de Shakespeare continuam a fazer sucesso não só pela genialidade, mas porque encontram identificação. Acho sim que existe tal amor nos tempos atuais. Eu já amei assim um dia...No filme Romance, Guel Arraes fala no amor de Tristão e Isolda e diz que romance sem sofrimento não existe, acho que ele tem mesmo razão e, como diz o Apóstolo Paulo, na I Carta aos Coríntios, capítulo 13: o amor é paciente, é benigno, tudo suporta, tudo sofre, tudo espera, tudo crê.
Talvez o nosso imediatismo e a acentuada oferta não nos permita mais exercitar a longanimidade. Afinal, não queremos sentir dor, queremos curar nossas feridas de amor agora, já. E, sem querer, acabamos criando outras, como a insatisfação e a frustração, a exemplo de quando delegamos ao substituto do "amor despedaçado" a difícil missão de ser quem a gente gostaria que fôsse e que ele, irremediavelmente, não é.
Quer ver outro transtorno? É a a incapacidade de resolução dos problemas, pois, em vez de nos resolvermos com o "amado" preferimos substituí-lo, afinal se ajustar ao outro, demanda a tal paciência e disposição que a maioria das pessoas não têm. O consumismo descartável atingiu também o amor e o sentimento das pessoas. Para a tristeza nossa que estamos preparados e disponíveis para o romance, pois, o amor pode ser solitário, mas o romance nunca.E assim, seguimos vivendo, atrás do verdadeiro corajoso que não é o que tem grande capacidade de "reciclagem", mas do que é capaz de amar com generosidade e perseverança. E como tá difícil!!
A única observação que faço aos amores dos personagens é que os amantes sempre se dão muito bem e lutam contra os obstáculos exógenos e essa é a diferença fundamental da realidade: na maioria dos casos os obstáculos não são dragões, ódio entre as famílias, mas o dia-a-dia e os desentendimentos provenientes da forma singular e única de pensar e agir de cada um que forma o casal. Às vezes conflita.
Lembre-se: o amor pode ser solitário, o romance nunca!!"
Ana Karla

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Enfim no Haiti!!


Chegou o dia tão esperado!
Embarcamos dia 16, com 2 horas de atraso (normal) na Base Aérea de Brasília. Como sempre familiares e amigos estavam presentes para fotografar e se despedir, enfim marcar sua participação e matar um pouco da curiosidade que a atividade desperta.
Viemos num Boeing da FAB com aproximadamente 100 lugares, mais apertados que na Gol, que pode ser adaptado para o transporte de passageiros ou de carga. Recebemos um lanche e nos acomodamos. Dentro do avião, enquanto está pousado, o calor é terrível, acho que o ar condicionado não pode ser ligado...de qualquer forma, depois da decolagem fica bem melhor.
Primeira escala em Recife onde pude abraçar, beijar e apertar a Bia. Vou morrer de saudades dela. Estar lá, mesmo que por alguns minutos, foi ótimo, fundamental!
Novo embarque e seguimos para Boa Vista, outro lanche, muito calor antes da decolagem.
Chegamos em Boa Vista e seguimos para o quartel onde estava previsto o pernoite. Era a segunda alteração de horário no mesmo dia. Nem jantei, tomei um banho e fui dormir.
A primeira atividade após o café do dia 17 foi o desembaraço alfandegário no aeroporto de Boa Vista, onde tive que declarar meu notebook para não ter problemas no retorno.
Por volta das 10h embarcamos mais uma vez, agora para o Haiti. Mais calor, mais um lanche...
A viagem durou aproximadamente 3 horas e 45 minutos, a vista do Haiti lá de cima é linda, com suas montanhas e lagos, o verde aparece tímido em pequenos arbustos, a devastação foi grande. O aeroporto é simples. Nosso desembarque foi rápido e a alegria era grande, eu nem sabia para onde olhar, tantas eram as coisas que eu queria ver.
Do aeroporto seguimos para a Log Base, onde fizemos as nossas ID (identificação da ONU). Foi um processo ágil e rápido, logo em seguida fomos para a base da BRAENGCOY, local que vai ser nossa morada nos próximos 6 meses.
As primeiras impressões nos remetem a tudo aquilo que nos foi dito na preparação: a multinacionalidade da MINUSTAH, o trânsito caótico das ruas da capital haitiana com seus tap-tap coloridos, o povo sofrido, a organização da BRAENGCOY.
Chegamos e fomos alojados provisoriamente num container para visitantes.
Idéias iniciais, sem qualquer tipo de ordenamento:
1) Aperfeiçoar meu inglês e aprender um pouco mais de francês;
2) Comer menos ( a comida é muito boa) e correr todos os dias.
3) Procurar melhorar o que já foi feito, otimizar processos e aprender mais sobre a minha profissão.
4) Ajudar os haitianos e colaborar para que a Companhia de Engenharia de Força de Paz cumpra com seus compromissos;
5) Conhecer o máximo dos outros exércitos que estão aqui;
6) Ler 6 livros e estudar para a ECEME;
7) Manter este Blog atualizado;
8) Fazer umas comprinhas para mim e para as pessoas queridas;
9) Juntar algum dinheiro;
10) Ser mais disciplinado.
Por enquanto é só, cansei de escrever e tenho que sair pra correr!!

Mulher Virtuosa

Não fui criado na religião e nem me faz falta.
Estou mais para agnóstico que para espírita.
Nada disso me impediu de admirar a beleza do provérbio 31.
Uma mulher virtuosa moderna me apresentou a esse texto, e isso faz toda diferença.
Esse post é em homenagem a ela, que me ajudou a ser uma pessoa melhor.

MULHER VIRTUOSA

Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo.
Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.
Como o navio mercante, ela traz de longe o seu pão.
Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas.
Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.
Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
Vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
Estende as suas mãos ao fuso, e suas mãos pegam na roca.
Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado.
Não teme a neve na sua casa, porque toda a sua família está vestida de escarlate.
Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura.
Seu marido é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciãos da terra.
Faz panos de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores.
A força e a honra são seu vestido, e se alegrará com o dia futuro.
Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.
Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça.
Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva.
Muitas filhas têm procedido virtuosamente, mas tu és, de todas, a mais excelente!
Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada.
Dai-lhe do fruto das suas mãos, e deixe o seu próprio trabalho louvá-la nas portas.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O amor de Pórcia e Bassânio


Nunca me considerei um romântico, embora eu goste de enviar flores, presentear, fazer surpresas. Mas aquele romantismo meloso tipo...”a nossa música” ou ficar olhando estrelas ou mesmo lembrar de datas, já tentei e não combina comigo.
Estou em busca de um amor, do jeito que diz a música “quero um amor maior que eu!”. Mas eu quero amar muito, um amor que é entrega, que sonha e que até dói uma dor gostosa de saudade quando acaba de sair de casa.
Quero um amor como o de Pórcia e Bassânio, em O Mercador de Veneza, de Shakespeare.
Não sei se é da época e hoje em dia não se ama mais assim (o que é uma pena), ou se é mesmo a genialidade do autor que soube, entre outras coisas, demonstrar como uma mulher sem vivência e sem estudo pode ser astuta e sábia e somente essa condição lhe possibilita definir da forma mais desprezível um homem e se entregar da forma mais adorável àquele que ama.
Pórcia se diz “uma moça sem estudo, sem escola, sem vivência; feliz por não ser velha demais para aprender, mais feliz ainda porque não nasceu tão obtusa que não possa aprender” e, no entanto é capaz de se passar por um jovem e erudito doutor do Direito e resolver com sabedoria e sagacidade o imbróglio entre o judeu Shylock e Antônio.
A entrega de Pórcia, comparada somente à dedicação de Bassânio, começa na preocupação em criar a melhor condição para que o amado faça a escolha certa. Depois mostra o valor da honra e nos proporciona passagens como esta: “Detesto seus olhos! Porque me enfeitiçaram e me dividiram: uma metade minha é sua, e a outra metade é sua...quero dizer, minha. Mas, se é minha, é sua e, portanto, sou inteira sua. O meu próprio eu, e o que é meu, converte-se agora para você e para o que é seu.”
A minha Pórcia tem que ser bem diferente de mim, seremos quase opostos, seremos o amor impossível de virgem e áries.
Ela precisa ser dedicada, carinhosa, trabalhadora, sensível, independente, carente, corajosa, bonita, inteligente, tímida e sensual.
E eu prometo me dedicar, ser fiel, cuidar, proteger, ser sempre bem humorado, paciente e tolerante, enfim prometo dar o meu melhor, assim como Bassânio.
Será que todos temos a capacidade de amar incondicionalmente? Será que o amor Shakespeareano é um amor possível? Ou nascemos no tempo errado? Ou estamos demasiadamente focados no nosso umbigo? Ou inseguros demais? Ou desconfiados de tudo?
Querer é o primeiro passo. Estar preparado para esse amor é o segundo, e para isso é preciso acreditar e ter coragem.
Estou pronto Pórcia!

Frases do Nélson

Essas coisas sempre me atraem...

- Não há mulher bonita feliz.
- Só os imbecis têm medo do ridículo.
- O ser humano, tal como imaginamos, não existe.
- Quando escrevo minhas peças eu condeno todo mundo e a mim próprio.
- Só os profetas enxergam o ódio.
- Só acredito em amor que chora.
Nélson Rodrigues

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Preparação de maneira geral

O Exército Brasileiro tem participação registrada em missões de paz desde 1947. A de maior duração foi a UNEF, no Oriente Médio, que durou 10 anos e contou com 20 contingentes de aproximadamente 600 homens. Mas foi na década de 90 com o envio de contingentes para Moçambique e Angola, que o Exército marcou o início de sua participação com tropa em missões de Paz.
Nos últimos anos, militares brasileiros vêm prestando serviços às Nações Unidas, como observadores, na África, na América Central, na Europa, e na Ásia, e cooperando para a solução pacífica do conflito fronteiriço entre o Equador e o Peru, além do envio de tropas de Infantaria e Engenharia para o Haiti.
Atualmente, o órgão responsável pela preparação do contingente de engenharia para o Haiti é o Departamento de Engenharia de Construção, por meio de sua Assessoria 3. E para isso são tomadas como referências de preparo as Diretrizes da ONU e os Programas Padrão de Instrução, entre outros documentos. O tempo previsto é de cerca de três meses, dividido em instrução individual (quadros, cabos e soldados) e adestramento.
A preparação do militar brasileiro evoluiu muito, principalmente após a criação do Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOPaz) em 2005, e a prova disso é a escolha, pela ONU, de um General Brasileiro para o cargo de Force Commander da MINUSTAH. Nenhum militar brasileiro morto em combate, o país praticamente pacificado e o carinho que o povo haitiano tem pelos nossos militares só vêm a ratificar a excelência do trabalho feito na preparação.
A fase final da preparação, que vivi recentemente, foi em Aquidauana – MS, onde todo o contingente se reuniu.
Nas duas primeiras semanas tivemos instruções com o objetivo de nivelar conhecimentos e finalizar procedimentos administrativos. Em seguida iniciamos o Estágio Básico de Operações de Paz, com situações que visam imitar aquelas encontradas no Haiti. Na quarta e última semana vivemos o Estágio Avançado de Operações de Paz, este conduzido pelo CIOPaz e caracterizado pelo realismo das situações a que fomos expostos. A exploração de situações vividas por outros contingentes enriqueceu sobremaneira o exercício e destacou a importância de aspectos como a liderança, iniciativa, decisão, criatividade e coragem de militares de todos os níveis. A importância da fluência nos idiomas inglês e francês também foi ressaltada em várias oportunidades.
Esse período em Aquidauana foi fundamental também para que pudéssemos nos conhecer melhor. Muitas amizades surgiram , outras foram reforçadas e algumas máscaras já começaram a cair.
Nada melhor que a vida em conjunto, sem privacidade e com pouco conforto para que possamos saber quem é quem.
Meu container já está fechado e estou entre amigos. Ainda bem!

domingo, 2 de novembro de 2008

United Nations Stabilization Mission in Haiti – MINUSTAH









Em julho deste ano fui selecionado para compor o 8º Contingente da Companhia de Engenharia de Força de Paz Haiti – BRAENGCOY.
Nosso contingente é composto por 250 militares, o primeiro com esse efetivo, haja vista que os anteriores contavam com apenas 150. Sou o único oficial na minha especialidade e vou desempenhar a função de Adjunto de Logística, responsável pelas finanças, compras, almoxarifado e alimentação da tropa.
Estou muito feliz e pretendo compartilhar essa experiência com quem desejar.
Pretendo abordar aqui no blog os seguintes assuntos:
1) A Preparação;
2) Chegada e primeiras impressões;
3) A rotina numa base militar;
4) O povo haitiano e sua relação com os Peacekeepers;
5) Minhas viagens nos rest e leave;
6) O retorno;
7) O que mais me der na idéia!!!
Atualmente estou na fase final da preparação, na cidade de Aquidauana - MS. Iniciamos hoje o Estágio Avançado de Operações de Paz, que é uma simulação das mais variadas situações que poderemos enfrentar no Haiti.
Alguns sites ligados ao assunto:
http://www.minustah.org/
http://www.un.org/Depts/dpko/missions/minustah/
http://www.exercito.gov.br/03ativid/missaopaz/minustah/indice.htm