sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sobre o Amor e o Romance

Ana Karla é uma das pessoas mais inteligentes e inocentes que já conheci. Sua capacidade de argumentação, cultura e dedicação aos assuntos que realmente lhe interessam a transformam numa mulher forte e de atitude, enquanto sua inocência a coloca em situações difíceis de explicar... só mesmo a conhecendo.
Devidamente autorizado transformei o comentário dela, referente ao artigo sobre Pórcia e Bassânio, num post, espero que sirva de estímulo para que ela faça seu próprio Blog e passe a nos presentear mais amiúde com suas idéias. Enquanto isso sigo me sentindo privilegiado por tê-la como leitora.

"Acho que as obras de Shakespeare continuam a fazer sucesso não só pela genialidade, mas porque encontram identificação. Acho sim que existe tal amor nos tempos atuais. Eu já amei assim um dia...No filme Romance, Guel Arraes fala no amor de Tristão e Isolda e diz que romance sem sofrimento não existe, acho que ele tem mesmo razão e, como diz o Apóstolo Paulo, na I Carta aos Coríntios, capítulo 13: o amor é paciente, é benigno, tudo suporta, tudo sofre, tudo espera, tudo crê.
Talvez o nosso imediatismo e a acentuada oferta não nos permita mais exercitar a longanimidade. Afinal, não queremos sentir dor, queremos curar nossas feridas de amor agora, já. E, sem querer, acabamos criando outras, como a insatisfação e a frustração, a exemplo de quando delegamos ao substituto do "amor despedaçado" a difícil missão de ser quem a gente gostaria que fôsse e que ele, irremediavelmente, não é.
Quer ver outro transtorno? É a a incapacidade de resolução dos problemas, pois, em vez de nos resolvermos com o "amado" preferimos substituí-lo, afinal se ajustar ao outro, demanda a tal paciência e disposição que a maioria das pessoas não têm. O consumismo descartável atingiu também o amor e o sentimento das pessoas. Para a tristeza nossa que estamos preparados e disponíveis para o romance, pois, o amor pode ser solitário, mas o romance nunca.E assim, seguimos vivendo, atrás do verdadeiro corajoso que não é o que tem grande capacidade de "reciclagem", mas do que é capaz de amar com generosidade e perseverança. E como tá difícil!!
A única observação que faço aos amores dos personagens é que os amantes sempre se dão muito bem e lutam contra os obstáculos exógenos e essa é a diferença fundamental da realidade: na maioria dos casos os obstáculos não são dragões, ódio entre as famílias, mas o dia-a-dia e os desentendimentos provenientes da forma singular e única de pensar e agir de cada um que forma o casal. Às vezes conflita.
Lembre-se: o amor pode ser solitário, o romance nunca!!"
Ana Karla

Um comentário:

  1. "E assim, seguimos vivendo, atrás do verdadeiro corajoso que não é o que tem grande capacidade de "reciclagem", mas do que é capaz de amar com generosidade e perseverança. E como tá difícil!!"

    CONCORDO PLENAMENTE COM ELA!!!

    ResponderExcluir