terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Preparação de maneira geral

O Exército Brasileiro tem participação registrada em missões de paz desde 1947. A de maior duração foi a UNEF, no Oriente Médio, que durou 10 anos e contou com 20 contingentes de aproximadamente 600 homens. Mas foi na década de 90 com o envio de contingentes para Moçambique e Angola, que o Exército marcou o início de sua participação com tropa em missões de Paz.
Nos últimos anos, militares brasileiros vêm prestando serviços às Nações Unidas, como observadores, na África, na América Central, na Europa, e na Ásia, e cooperando para a solução pacífica do conflito fronteiriço entre o Equador e o Peru, além do envio de tropas de Infantaria e Engenharia para o Haiti.
Atualmente, o órgão responsável pela preparação do contingente de engenharia para o Haiti é o Departamento de Engenharia de Construção, por meio de sua Assessoria 3. E para isso são tomadas como referências de preparo as Diretrizes da ONU e os Programas Padrão de Instrução, entre outros documentos. O tempo previsto é de cerca de três meses, dividido em instrução individual (quadros, cabos e soldados) e adestramento.
A preparação do militar brasileiro evoluiu muito, principalmente após a criação do Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOPaz) em 2005, e a prova disso é a escolha, pela ONU, de um General Brasileiro para o cargo de Force Commander da MINUSTAH. Nenhum militar brasileiro morto em combate, o país praticamente pacificado e o carinho que o povo haitiano tem pelos nossos militares só vêm a ratificar a excelência do trabalho feito na preparação.
A fase final da preparação, que vivi recentemente, foi em Aquidauana – MS, onde todo o contingente se reuniu.
Nas duas primeiras semanas tivemos instruções com o objetivo de nivelar conhecimentos e finalizar procedimentos administrativos. Em seguida iniciamos o Estágio Básico de Operações de Paz, com situações que visam imitar aquelas encontradas no Haiti. Na quarta e última semana vivemos o Estágio Avançado de Operações de Paz, este conduzido pelo CIOPaz e caracterizado pelo realismo das situações a que fomos expostos. A exploração de situações vividas por outros contingentes enriqueceu sobremaneira o exercício e destacou a importância de aspectos como a liderança, iniciativa, decisão, criatividade e coragem de militares de todos os níveis. A importância da fluência nos idiomas inglês e francês também foi ressaltada em várias oportunidades.
Esse período em Aquidauana foi fundamental também para que pudéssemos nos conhecer melhor. Muitas amizades surgiram , outras foram reforçadas e algumas máscaras já começaram a cair.
Nada melhor que a vida em conjunto, sem privacidade e com pouco conforto para que possamos saber quem é quem.
Meu container já está fechado e estou entre amigos. Ainda bem!

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