terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Plantas artificiais.

Acho ridículo!
Não passam de garrafas pet metamorfoseadas,
combinadas com alguns outros pobres materiais.
Suas folhas não caem, não desbotam, seu caule não pende.
Não cheiram, nem fedem.
Que beleza...artificial.
Ali parada enfeitando, ridículo.
Não têm fraqueza? Não envelhecem? Não têm essência?
Pet de Coca ou de guaraná? Diet, light ou normal?
Não temperam, só enfeitam.
Será arte?
Nunca vi artista de plantas artificiais.
Plantas artificiais de carne e osso são ainda piores.
Insistem em dar opinião.
Você foi feita apenas para enfeitar.


P.S. E ainda assim há quem passe e não te note.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carnaval em Diamantina


Enfim carnaval!!
Uma amiga me falou de uma excursão pra Diamantina e eu topei na hora!
Tinha ouvido falar maravilhas do carnaval de lá e resolvi conferir. Olha só as condições:
- Ônibus open bar na ida (nunca tinha visto isso!!);
- Casa para 45 pessoas (vai dar merda...);
- Churrasco de confraternização open bar assim que chegássemos (isso vai dar certo!!);
- Ônibus com paz na volta (excelente).
Tudo por um preço que a gente desconfia...mas deu tudo certo e todas as promessas foram cumpridas.
Diamantina me lembrou Olinda, com suas ladeiras de pedra, mas é bem melhor, pois não somos obrigados a ouvir frevo nem a aplaudir uns bonecos horríveis em nome da homenagem à cultura local.
A festa rola o dia inteiro, cada hora num local diferente e todos os ritmos tem seu espaço.
Muita gente bonita e, infelizmente, mais homens que mulheres...
A famosa falta de água na cidade nos afetou somente por um curto período no primeiro dia, parece que a cidade esta se organizando para receber os turistas que chegam aos milhares do Brasil inteiro.
O melhor lugar para se hospedar é na ladeira principal, já que tem algumas horas da madrugada em que o som é desligado, mas durante a maior parte do dia fica ótimo!
O Bar do Titi é uma das principais atrações durante o dia, fica lotado e com um DJ tocando de tudo. Só não me pergunte se a comida lá é boa ou se a cerveja é gelada, porque eu não consegui chegar nem perto do balcão!
No Palco principal as bandas se revezam, as mais famosas Bartucada e Batcaverna não deixam nada a desejar perto de Olodum ou Timbalada. Tocaram de tudo (gosto de enfatizar isso) desde as famosas do axé até Raimundos, Titãs, Legião Urbana, Rappa, tudo repaginado de forma a atender o público momesco. Existe uma área reservada mais próxima ao palco para quem tem abadá, que a meu ver é uma grande bobagem.
Pouco acima dessa área tem uma outra encruzinhada onde rolam shows durante todo o dia, normalmente um sambinha de roda, típico do Rio, o ambiente é muito bom e o tempo também ajudou muito.
Nesse mesmo local, à noite, no Bar chamado Baiúca rola um Trance alucinante. as pessoas se sacodem de qualquer jeito, uma verdadeira multidão que troca os ritmos de carnaval pela batida tecno que hipnotiza. Segundo um colega esse é o ritmo mais democrático que existe porque você pode dançar de qualquer jeito e não tem letra de música. (?)
Meu currículo de carnavais está bem sortido, Salvador, Recife, Manaus, Rio de Janeiro mas essa foi uma experiência ímpar. Primeiro por ficar numa casa repleta de desconhecidos, segundo pelas características do local e depois por ser o primeiro que eu curto efetivamente solteiro, depois de me separar.
Uma coisa que me incomodou lá foi a galera usando muitas drogas e abertamente, como se no carnaval realmente tudo fosse liberado, foi triste ver meninos e meninas que preferiam endoidar o cabeção no lugar de curtir o som e dar uns beijos na boca.
Na segunda eu já estava cansado e já queria voltar para casa, mas isso é porque eu estou mesmo ficando velho. Foi tudo ótimo e valeu a pena!
Ano que vem acho que vou para o Rio.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Rio é o Piranhão!


A Veja desta semana, que esta tão ruim quanto a da semana passada, traz uma matéria a respeito do Piranhão, apelido carinhoso do edifício sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, que recebeu tal alcunha em virtude de ter sido construído numa área onde antes era um ponto de prostituição, a famosa Vila Mimosa.

Não é a primeira edição que comenta as mazelas da cidade que vai sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas de 2016.

A sede da administração municipal abriga hoje, além do prefeito e sua equipe, um depósito de gatos, cozinhas clandestinas e ambulantes que vendem de cangas a CD / DVD pirata, alguns inclusive com serviço de entrega. O mais impressionante é que o Prédio não tem sequer o habite-se, documento que atesta se um imóvel possui condições de ocupação.

Estive no Rio em dezembro passado e pude constatar as mazelas de que sofre a nossa Cidade Maravilhosa. Tenho orgulho de ser carioca, mas não dá mais pra viver como um simples cartão postal.

As ruas estão esburacadas ou simplesmente remendadas, a cidade esta suja, a violência dispensa comentários, camelôs estão espalhados, os flanelinhas nos estorquem impiedosamente. O trânsito caótico é fruto disso tudo somado ao sem número de vans e kombis, piratas ou não, que circulam de forma enlouquecida em busca de passageiros.

Em novembro estive em São Paulo e, sem querer alimentar a rixa que existe entre nós e os paulistas, pude constatar que a infra-estrutura deles esta melhor que a nossa. Ainda bem que não fomos nós que recebemos essa chuva toda que fez a maior cidade do hemisfério sul submergir. As conseqüências para os cariocas seriam bem piores. Só nos resta esperar que, vendo o problema do vizinho os administradores do Rio possam enfim repensar a nossa infra-estrutura.

Não dá mais pra aceitar a malandragem nossa de cada dia, a idéia de tirar vantagem em tudo, o jeitinho carioca. É preciso repensar a nossa cultura, é possível mudar e finalmente nos tornarmos uma cidade global, não das novelas globais que só mostram a parte boa, mas nos equipararmos às grandes cidades do primeiro mundo. Eu espero que os eventos contribuam para isso.

Porque honestamente o Rio de Janeiro atualmente é o reflexo do Piranhão.


P.S. Depois que escrevi o post achei esse texto num blog, achei ótimo e dá uma boa referência do que estou falando:

http://blog-rascunho.blogspot.com/2008/07/fui-ao-piranho-e-fiquei-puto.html

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

No Terreiro.


Era um terreiro chic, todo mundo vestido de enfermeiro, o que quebrava um pouco o clima da Umbanda, mas dava um ar de coisa limpinha.
A palestra inicial foi ministrada por um funcionário revoltado por ter seu tempo reduzido. Um camarada que, embora bem intencionado, era tão vaidoso que quase flutuava como uma entidade.
Pai Nosso, orações iniciais, dança e finalmente Ogum, com seu porte e vitalidade. Depois Oxóssi, era seu dia e foi especial.
Já ouvi que sou filho de Ogum ou de Oxóssi, certeza mesmo só os dois que estão na minha certidão. Fato é que ouvir os atabaques e a cantoria arrepia qualquer um. Uma energia inunda aquele ambiente e enche os olhos dos espectadores de lágrimas.
A seguir os Pretos-Velhos aparecem com suas corcundas que quase jogam os médiuns ao chão e se preparam para conduzir os trabalhos.
Os Erês também marcaram presença, chamaram as crianças para brincar, comeram doces, tomaram refrigerantes e bagunçaram inocentemente chamando os pretos-velhos de vovôs.
Depois foram os Caboclos, que ouvem a todos pacientemente, aconselham, oram e, de olhos fechados, abrem os olhos de quem os procura. Mesmo com frases de auto-ajuda e dizeres genéricos de alguma forma fazem bem.
Por fim os Exús. Dizem que são de tipos variados, não sei. Dizem também que são esse povo baladeiro e farrista, será? Dizem que entendem melhor essa gente que anda na noite, em bares...são simpáticos, risonhos e brincalhões, tratam da carga pesada!
Depois vc escreve uns pedidos numa fitinha do Bonfim e amarra num pau, pega tudo o que você não quer, escreve num papel joga no fogo, aí calça o sapato e vai embora sem entender muito bem o que aconteceu.
Mas duas idéias ficam na cabeça:
1) Por estarmos na Terra, parece que estamos mais próximos do inferno que do céu; e
2) O que você não acredita não pode te fazer mal.