quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Alegria que dura pouco.

Essa semana, ouvindo A Voz do Brasil (ué, porque o espanto?), recebi com alegria a notícia de que havia sido sancionada uma lei que obrigava as escolas à execução do Hino Nacional, semanalmente, para as turmas do ensino fundamental.
Depois puxei na memória e lembrei que, em meus tenros anos do antigo primário, eu já cantava, enfileirado com as turmas, o Hino Pátrio. Na verdade cantávamos uma canção diariamente antes de ir para a sala de aula. Contudo, achei que era um procedimento da escola e essa nova norma tratava de trazer ao mundo jurídico aquilo que era já de costume, como normalmente acontece nas sociedades.
Doce ilusão...
Na verdade, ao ouvir a notícia até o final, pude constatar que sim, era a consagração de um costume, mas o de não cantar o Hino, haja vista que o novo ditame revogava uma lei anterior que obrigava a execução do Canto para as turmas do ensino médio também, agora desobrigadas.
Na mesma semana assistimos à cantora Vanusa passar por um vexame digno do sucesso que esta fazendo no Youtube, ao interpretar de forma completamente errônea o nosso Hino Maior. Segundo ela eram efeitos de remédios que havia tomado, o que me parece muito crível, haja vista seu comportamento no evento.
E depois, vem em sua defesa o Roberto Pompeu de Toledo, em sua coluna na Veja dizendo que o hino realmente não é fácil e faz referência a um estilo de escrita chamado jabberwocky, onde apesar da boa sonoridade dos versos, as palavras que têm significado são misturadas a outras sem significado algum.
Mesmo reconhecendo que não é o caso do nosso hino, o autor do artigo finaliza dizendo que a cantora "explica como nenhuma outra o efeito jabberwocky da letra de Osório Duque Estrada."
Pois bem, a canção realmente não é simples de ser cantada, nem tampouco facilmente inteligível para o brasileiro comum, não seria essa a melhor hora para sancionar uma lei obrigando o não só o canto do hino, mas a sua interpretação nas escolas, em todos os níveis, mesmo nas universidades.
O conhecimento dos símbolos nacionais é fundamental para o desenvolvimento do patriotismo, sem o que nenhum país anda pra frente. Os Estados Unidos, país mais rico das américas, cultuam seus símbolos com verdadeiro amor, o mesmo ocorre no Haiti, o país mais pobre, mas onde todos se emocionam ao cantar o hino, conhecem sua história e vibram com isso.

E nós... vamos nos exigir mais ou vamos facilitar as coisas?

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