segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mais uma semana ou menos uma semana.

Estou feliz por estar aqui, embora me sinta entediado algumas vezes...normal.
O final de semana foi bom, no sábado à noite juntamos os amigos mais uma vez para uma sessão de uísque e rock'n roll. No domingo acordei tarde e tive um dia pouco produtivo, aliás como deve ser um domingo.
Assisti Babel, um filme que há muito estava querendo ver. Uma história muito interessante que mostra como a prática da ação e reação, causa e conseqüência, e como isso vale, independente de distância, pois um fato ocorrido em Marrocos tem reflexos nos Estados Unidos, México e Japão.
Não é uma queda da bolsa ou alta do preço do petróleo nem um atentado terrorista, é uma atitude simples, impensada e completamente irresponsável de um menino.
Esses fatos encadeados mostram como o mundo está ficando pequeno, pessoas vão a todos os lugares, exploram as possibilidades.
Ainda me encanto quando converso com alguém que me diz que estava em dúvida se aceitava um emprego no Canadá ou se ia para o Chile, fotos de vários lugares do mundo, idiomas, conhecimento.
Finalmente parece que chegou minha vez...afinal, eu sou do mundo e não quero passar por este planeta sem explorar tudo o que eu puder. Simplesmente não aceito limitações além daquelas que trago no DNA. Se existe alguma coisa, se é possível, se só depende de mim eu vou buscar!
Um outro ponto que o filme abrange muito bem é a mistura perigosa entre a irresponsabilidade e a ignorância. Essa mistura causa uma reação que precisa necessariamente que, em algum momento, alguém pare!
É o menino que atira, o sobrinho que dirige bêbado e a polícia que chega atirando, definitivamente é o dia a dia!!
Temos que refletir, a Filosofia nos ensina que quem não pensa antes de agir não é dono dos seus atos, simplesmente não é livre, é um animal escravo de instintos. É preciso pensar...(e quantas coisas eu fiz sem pensar...ou pensei e fiz assim mesmo.)
A japonesinha é um show à parte. A agonia que ela passa em virtude de ser surdo-muda, a forma como ela vê o mundo e as situações que ela vive...é impossível não parar para pensar. A mãe suicidou-se com um tiro na cabeça, os hormônios da adolescência, a chacota das amigas pela sua virgindade e a idiotice própria dos meninos a torna presa fácil de aproveitadores, mas ainda existe dignidade no mundo.
Enfim, bons atores, boa história, ótimo filme.
Essa semana completo um mês de Haiti. Já conheço os principais fornecedores da Companhia, as principais rotas aqui da capital, estou aclimatado e adaptado à rotina .
A cidade está em paz, o país vive um momento político importante de evolução para uma verdadeira democracia.
Aqui as pessoas são honestas, simples e tem uma moral que surpreende. Existe uma elite intelectual, educada principalmente nos EUA, que ama este lugar e faz tudo para melhorá-lo. Há um sentimento patriótico, um culto aos seus heróis e uma politização que não se vê no Brasil.
Infelizmente o país teve seus recursos naturais quase que completamente consumidos e foi vítima de ditadores.
Como seria bom chegar a um lugar no Brasil e encontrar um busto de Tiradentes, do Duque de Caxias, do Marechal Deodoro, nossa juventude mal sabe que foram essas pessoas ou o que fizeram pelo nosso país. Qualquer manifestação pode ser facilmente esvaziada por um trio elétrico tocando axé,ou um forró rasgado, cheio de bundas e rostinhos bonitos.
Sinto falta das baladas, de amigos, da família, meu apartamento, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e uma saudade enorme da Bia.
Mas estou aqui buscando minha realização pessoal e profissional. Estou onde eu queria, como eu queria, sou um privilegiado.

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